sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O abandono abrupto dos medicamentos

Algo que eu não vou falar com detalhes no multi artigo ''borderline e toxicodependente''.
O abandono abrupto dos medicamentos em dezembro de 2013 causou o pior dos estragos na minha reputação, moral, e relacionamentos.
Primeiro foi quando os medicamentos não fizeram efeito e eu acabei por atacar a sangue frio a minha melhor amiga com uns socos na cara, e depois foi quando eu tive um belo problema com uma pessoa e acabei por espetar-lhe uma facada nas pernas e nos ombros sem intenção de homicidio, o motivo era magoa-la e dar-lhe de graça uma viagem ao hospital. E foi apenas isso que aconteceu, não se assustem.
Depois foram mais uns belos dias e umas belas noites passadas a ver o sol nascer e pôr sem fazer mais nada de produtivo que isso, depois foram mais uns tempos a dormir o minimo de horas possiveis, cheio de agitação e pensamentos hostis, que me impediam de ter um sono decente.
Com o tempo fui melhorando, deixei de estar em depressão/agitação e voltei ás oscilações de humor (quase estabilidade, quase loucura).
Mas o sono e a agitação nunca passaram, foi pelo menos meio ano em agonia total e ainda hoje essa agonia permanece, embora em menor grau e já com alguns medicamentos que pouco ou nada fazem efeito.
Estive no psiquiatra para tentar voltar a tomar os anti-psicóticos sedativos que antes tomava, mas ele não se importou em passar-me uma receita de medicamentos, apenas me aconselhou a aguentar a minha compulsão até que o cri aceitasse a minha entrada em uma comunidade terapêutica que de certeza que não vai aceitar.
Estou a imaginar, eu quase a tentar o suicídio e eles sem me aumentarem a dose terapêutica de medicamentos.
mas enfim, que se há-de fazer?

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Borderline e toxicodependente part8

o encontro com a minha ex-melhor amiga.

Como já estava livre, fora da escola, o que decidi fazer?
Marcar um encontro com a minha ex melhor amiga na escola dela para estar-mos juntos, e foi assim que aconteceu, marcamos o encontro, estivemos juntos e houve um problema.
Nesse dia os medicamentos não fizeram efeito, (esqueci-me de os misturar com opiáceos) fiquei totalmente frustrado e indisposto, até parece que voltou aquela sindrome de abstinência psicológica que me deixou totalmente impulsivo.
E o pior de tudo é que a minha melhor amiga andava a ser pressionada pelo próprio namorado (que tanto a amava) para deixar de dar a confiança que dava antes aos amigos e passar apenas a cumprimentar e a deixar de lado.
Eu senti-me abandonado, desvalorizado, e saí á procura dela, ela andava-me a evitar para que o namorado não descobrisse e acabasse com ela, ainda hoje sinto tanta raiva daquele gajo que juro, quando o apanhar na rua vou dar cabo dele.
Eu não a vi em lado nenhum, e foi aí que comecei a chorar aflito, eu possuía um enorme afecto por ela, muito parecido com dependência emocional, estava habituado a abraça-la, andar de mãos dadas com ela pela vila fora, fiz uma tatuagem com as iniciais do nome dela, e um infinito que fiz eu e ela, para testemunhar que a nossa amizade seria infinita, mas eu com os meus delírios, vi que ela estava a quebrar todas as promessas, estava a quebrar o símbolo da nossa amizade.
Encontrei-a na rua, fui falar com ela, e ela precisou que a amiga dela me dissesse que o namorado dela a tinha quase proibido de dar esse tipo de confianças para os amigos.
O que mais me intrigou é que ela obedeceu a tudo o que ele mandou sem pestanejar mesmo depois de me ter prometido totalmente o contrário, eu parti para cima dela (sim, agredi-a) de forma impulsiva, atirei-lhe com meia dúzia de socos na cara, e depois parei para não lhe fazer estrago nenhum, uma vez que eu estava frustrado com o fato de os medicamentos não terem feito efeito absolutamente nenhum, podia ter feito algo mau.
Vi-a a chorar, e isso permitiu que eu não entrasse em depressão logo de seguida, fez com que eu a despreza-se logo de um momento para o outro.
Mas não foi o pior, a partir desse dia eu parei de tomar a medicação inteira, e as coisas foram ficando muito más.

A primeira vez na heroína

Não posso enganar as pessoas que entram aqui no blog e dizer que não gostei da minha primeira vez na heroína, que não foi bom, apenas posso dizer que esse prazer não deve ser aceite pois tudo tem um preço.
E mais uma vez : -Olha para o que eu te digo e não para o que eu faço.
Mas passando ao assunto do post:
A minha primeira vez foi única, não vomitei nem nada, senti uma paz interior profunda, como a de um religioso fanático quando vai ao culto ou talvez muito melhor (Uma vez que eu não sei muito bem o que um religioso fanático sente).
Era como se o mundo fosse construído de amor e rosas, tudo á minha volta parecia magnifico, dava gosto viver com o pensamento positivo que a heroína me dava.
Eu simplesmente apaixonei-me pelo efeito, embora custa-se muito mais que um charro de polex, fazia um efeito revolucionário, foi amor á primeira vista, quis voltar a consumir novamente, assim que tivesse dinheiro (o que aconteceu muito rápido.
Passado alguns dias, lá estava eu ao pé do mesmo mano de sempre, já com o dinheiro suficiente para ir fumar uma chinesa (Heroína na prata).
Nesse dia, a droga fez um efeito ainda maior, comecei a ficar com a visão turva e acabei por vomitar muito.
Depois de vomitar, veio a paz novamente, aquele sono muito pesado começou a evadir a minha cabeça, e quando cheguei a casa fui logo dormir, nem sequer me apeteceu comer nem nada.
No dia seguinte continuava com dinheiro, e lá fui eu mais uma vez consumir.
Nesse dia já não vomitei, continuei a sentir o efeito de paz, que mais tarde se tornaria em guerra para voltar a sentir a paz. (Como os politicos dizem que fazem guerra pela paz, assim era eu).
A partir daí comecei a ficar compulsivo, a minha dor emocional tinha se tornado ainda maior que antes, comecei a querer consumir todos os dias, e passado mais um dia a famosa ressaca que iniciou todos os meus esquemas para consumo.
Comecei a roubar, a manipular todo o tipo de pessoas que pudesse manipular, aí já não era mais aquela paz que eu pensava ser quando comecei a consumir, muito pelo contrário, era uma vida baseada na guerra, não procurei ajuda para me libertar, pois o que eu queria era voltar a sentir a paz mais uma vez e mais uma vez e mais uma vez.
Mas há um dia em que a pessoa nota que afinal o efeito de paz é apenas uma ilusão, e é nesse dia que a pessoa em vez de continuar na guerra deve se dirigir ao centro de atendimento ao toxicodependente e tratar-se.
As primeiras vezes iludem-nos sempre, é como aquela mulher que se apaixona á primeira vista por um homem, e mais tarde é vitima de violência doméstica por parte dele, é assim a droga.

Cuidado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Os primeiros tempos sem heroína

Ainda me lembro como se fosse ontem, é muito dificil esquecer os momentos mais torturantes da minha vida.
De dores, eu não sofri muito pois tinha o tramal que embora pareça algo fraco comparado com a heroína, era eficaz a remover grande parte da dor.
O pior foram os dias sem dormir, passei 15 dias inteiros acordado, e isso ainda não é nada.
Comecei a conseguir dormir 2 horas por dia passado esses 15 dias, e foi aumentando o numero de horas, mas a minha instabilidade emocional estava em um nivel extremamente grave e foi aí que eu comecei a ver que o álcool, mesmo sendo mais barato, aliviava as minhas crises emocionais.
E foi assim mesmo, todas as sextas feiras eu ía até vila pouca ter com amigos para beber uns copos (é claro que eu não ía todos os dias).
Foi aí que eu passei a ter as minhas primeiras recaídas no valium, como já tinha dito em outros artigos.
Lembro que que fui expulso do basket por aparecer lá fazendo asneira, depois de ter perdido a consciência ao misturar álcool com o medicamento para ansiedade (valium) que já era muito famoso naquelas ruas que eu frequentava.
Mas essas recaídas não foram suficientes para me levar de volta ao vicio, e sabem porque?
O meu humor com o tempo mudou, comecei a escrever e a praticar desporto 3 vezes por semana, isso ajudou-me a esquecer as drogas por momentos.
Garanto também que embora tenha tido algumas recaídas passado esse tempo, não voltei a consumir diariamente e com o tempo as recaídas deixaram de ser possíveis.
Você ao clicar na etiqueta ''memórias'' pode encontrar tudo do inicio ao fim, toda a história, todas as recaídas, tudo mesmo...
Hoje vivo um dia de cada vez, não posso dizer que venci, ainda estou na luta, e ainda possuo uma instabilidade emocional e afectiva extremamente alta que me leva a ter compulsões, mas estou sem ter recaídas desde há mais de meio ano.
Procurando uma forma de tratar o meu vicio e o meu transtorno de personalidade de forma mais profunda, estou a tentar entrar em uma comunidade terapêutica, á espera que o meu psiquiatra (que não é nada fácil) aceite a minha entrada na clínica.


Misturando opiáceos com valium

Esta é a pior forma de destruição que alguém pode adquirir com o tempo.
Quando eu fumava só heroína, fui me viciando e tomando doses superiores, até que já não fumava por aquele prazer que me dava fumar, aquele efeito de calma e paz, mas sim por compulsão.
Eu precisava de fumar cada vez mais, já não havia alivio do sofrimento no vicio mas sim aumento do sofrimento.
Foi aí que descobri o valium, um medicamento que iria revolucionar totalmente o meu modo de vida nos meses seguintes (E até mesmo passado anos sem consumo de heroína).
Agarrar-me ás misturas com valium foi a pior coisa que eu pude fazer na minha vida, a partir daí comecei a gastar menos dinheiro em heroína mas uma vez que há sempre um pagamento a mais, seja com dinheiro ou não, sempre que tomava o valium com a heroína perdia a consciência da realidade, já não vivia mais ali, já não sabia mais o que fazia, e nos dias seguintes não me lembrava de nada, mesmo que tivesse feito algo muito mau.
Para acabar com o sofrimento das ressacas mais uma vez, tive de me submeter a saír do mundo, todos os amigos que eu ainda possuía na altura que fumava apenas heroína, desapareceram em um piscar de olhos.
Perdi tudo... Esse foi o preço que eu paguei para não ter de gastar tanto dinheiro a consumir a maldita droga.
Eu já só conseguia fumar para estabilizar, e não era uma grande estabilidade, apenas beirava isso.
Esse medicamento foi me traumatizando tanto, que ainda hoje quando eu estou a ter acessos de raiva intensa, tenho vontade de o tomar (e misturado com álcool de preferência).
O valium vem fazer com que seja ainda mais dificil largar a heroína...
Juntamente com a heroína, o valium é mais um vicio potente.
Tanto o valium, como o xanax, como qualquer outro benzodiazepinico ou até mesmo anti-psicótico que seja misturado com droga ou seja tomado em excesso.

Os esquemas de um toxicodependente

Quando me tornei viciado em heroína, a ressaca obrigava-me a pensar demasiado para conseguir mais doses para consumir.
Eu inventava histórias, eu esperava pessoas em cantos escondidos para as roubar, eu fazia muita coisa, mas principalmente explorar todos os que vinham até a mim.
Naquela altura eu era uma pessoa muito conhecida na zona onde eu estava por ser não só consumidor de heroína, como também consumidor de haxixe, e essas pessoas que me conheciam, vinham até a mim com o objectivo de me pedir para lhes comprar haxixe.
Então eles davam-me 10 euros e eu dizia:
-Dá-me vinte e eu arranjo-te quantidade de 30.
Eles davam-me...
Eu fazia-os esperar por mim, dizendo que ia ao centro da cidade comprar e que voltava logo para lhes entregar a mercadoria, mas não...
Eu não comprava nada para eles, eu ia gastar esse dinheiro em heroína logo que mo davam e quando me perguntavam onde estava o dinheiro e a droga eu simplesmente dizia que a policia tinha me apanhado e ficado com a droga toda.
Essa desculpa fez com que muitos ingénuos ficassem sem o dinheiro, e sem nada para eu assim matar a minha ressaca.
Mas houve muitas coisas mais que eu fiz para conseguir o dinheiro, como já tinha dito no artigo ''Mentir, roubar, explorar, traficar'' (acho que é este o nome do artigo).
Irão ver a seguir no próximo artigo mais um esquema que a ressaca me obrigava a cometer.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Os meus consumos de haxixe

Uma coisa que não contei no artigo continuo ''borderline e toxicodependente'' foi sobre os meus consumos de haxixe.
Com 14 anos eu fumava haxixe todos os dias, foi o único ano em que fumei haxixe praticamente todos os dias durante 1 ano, mas como o haxixe cada vez mais se está a tornar um assunto sem importância, decidi não falar no artigo sobre isso.
Hoje como vi em um outro blog de um ex-toxicodependente falar sobre o haxixe, eu decidi também falar.
Nunca acreditei que o haxixe fosse uma droga, para mim aquilo era tudo menos droga, eu o considerava um cigarro mais potente que os normais, apenas isso.
Ele fazia um efeito de pequena sedação que durava cerca de 1 hora nada mais, noto que nessa altura em que eu fumava, eu, como tinha problemas de compulsão influenciados pela minha instabilidade emocional, tinha o desejo de consumir sempre que o efeito da droga acabasse, e como isso nunca era possivel, eu ficava frustrado.
Isso influenciou-me muito a que passado um ano eu passa-se a usar drogas de efeito mais prolongado, como a heroína o álcool e passado mais tempo, o valium que combinado com álcool ou heroína pode prolongar o efeito de perda da consciência durante 1 dia.
O meu desejo era estar sempre dopado sedado, sem que esse efeito parasse 1 única vez durante o dia.
Sei lá porque... Talvez porque não queria assistir aos baixos de uma sociedade completamente destruída, de pessoas sem princípios, pessoas falsas que não sabem oferecer amizade... Preconceito ...
Tudo isso me deixava impulsivo, eu sempre odiei isso, nunca consegui ter uma boa conduta na sociedade por não saber lidar com ela.
Eu simplesmente estava revoltado, com razão para isso, só não tinha razão para entrar no consumo de drogas.


Borderline e toxicodependente part7

Depois disso foi andar em frente e fazer um esforço para não consumir, o problema é que a vontade era maior.
Lembro que depois das recaídas eu comecei a fumar ainda mais compulsivo e houve muitas vezes em que eu me embriaguei, mas isso naquela altura era uma coisa normal nas festas dos meus amigos, o pior era o que mais tarde estaria para voltar... (o consumo diário da medicação) (mas isso foi passado mais de meio ano).
Então em março decidi contar á minha mãe que faltei a todas as aulas durante o 2º período e já não valia de nada continuar na escola.
Então ela decidiu que não valia a pena continuar a pagar o meu passe já que não tinha utilidade nenhuma.
Fiquei em casa durante muito tempo, ainda que, de vez em quando fosse dar um passeio pela vila visitar os meus amigos, a maior parte do tempo era passada em casa.
Mais ou menos no mês de julho fui me inscrever no centro de emprego, e em Outubro entrei em um curso de multimédia onde me encontrei com antigos parceiros do consumo.
Não consumi juntamente com eles, eles também estavam em tratamento e embora fumassem uns charros, eu não fumava com eles... Não gostava muito do charro, fazia um efeito muito fraco.
Mas ao vê.los todos os dias a fumar, fiquei compulsivo e decidi criar uma história na minha cabeça para enganar o farmacêutico, também estava muito triste, apaixonado por uma rapariga que não gostava de mim e isso influenciou-me a consumir mais uma vez.
Então cheguei na farmácia e inventei a mesma história de sempre só que com mais pormenores (sofro de transtorno de ansiedade generalizada dizia eu)
Essa história colava sempre e logo de seguida eu já tinha comprado uma caixa de 60 comprimidos por apenas 2,1 Euros.
Passei a consumir esse medicamento todos os dias até acabar e foi aí que eu fui expulso da escola por passar a vida inconsciente na sala de aula.
Desde aí encontrei argumentos de que estava ansioso para convencer os meus pais a fechar os olhos ao meu consumo de medicamentos para a ansiedade e voltei a conversar com uma melhor amiga minha. (Uma rapariga que mais tarde sofreu uma agressão da minha parte)

Toxicodependência e manipulação

Encontrei este texto no blog ''fui drogado'' e achei interessante mostrar aqui o comentário de uma ex-toxicodependentes sobre a audácia que um toxicodependente consegue ter.
O texto como irão ver a seguir tem a ver com a manipulação, é um comentário muito pequeno mas verdadeiro.

Raros são os toxicodependentes que não percorrem este caminho, estas fases todas que são em tudo iguais em qualquer vida toxicodependente. A estrada é a mesma em qualquer cidade, em qualquer época, em qualquer pessoa. O destino é que pode variar conforme os atalhos que vamos tomando ao longo da viagem.
Realmente se cada um de nós tivesse metade da audácia e da persuasão que um toxicodepente consegue ter...Isto, atenção, numa atitude consciente e livre de droga!...Conseguiria fazer da vida um autêntico oceano de felicidade e sucesso! Um drogado consegue fazer crer aos mais incrédulos que a história que está a contar é a mais pura das verdades. Assim um bocadinho como os nossos ministros
 “

Toxicodependência, uma vida em farrapos

Toxicodependência: uma vida em farrapos

Não me considero qualificado para dissertar sobre toxicodependência. O depoimento recolhido é, apenas, uma reprodução de memória, onde se alteraram os elementos identificativos.
Uma das causas que os psicoterapeutas apontam para o jovem se iniciar no consumo de drogas psicotrópicas tem a ver com a falta de afectos, de referências, de sentido de responsabilidade e da inversão do papel pais/filho. O jovem procurará incessantemente parceiros onde a relação humana não esteja presente o que lhe dá a ilusão de independência e poder. É manipulador, amoral, egocêntrico. Mas, faltando-lhe uma ligação afectiva sustentada, um vínculo sólido, mesmo que tivesse deixado de consumir, retoma a droga, que lhe traz euforia e a ilusão de felicidade. Os afectos, sempre os afectos. E, é por isso, que abordamos este tema.
E, na toxicodependência a família desempenha um papel-chave. Já não falo das famílias disfuncionais (violência doméstica, ambiente degradado, alcoolismo, etc.), mas daquelas aparentemente normais, embora descurando o essencial – a atenção ao adolescente, o carinho sem contrapartidas, a criação de regras e responsabilidade, a preocupação pelo próprio comportamento,. Mesmo presentes, os pais são demasiadas vezes ausentes. Não se podem substituir afectos por jogos de computador ou consolas, etc. Às famílias dos toxicodependentes passam muitas vezes despercebidos os primeiros consumos e, quando dão por isso, é tarde (passaram anos, por vezes) e recusam-se a aceitar a sua própria responsabilidade. Raramente são as “más companhias”, ou a má índole do jovem, as razões do desastre.
A crise económica, com a degradação da qualidade de vida que acarreta, agravou o problema. A Escola é o local onde se supõe que se educam os jovens, mas é uma ideia errada: a educação é tarefa dos pais.
Sou muito descrente da eficácia de quaisquer políticas sobre a toxicodependência. Daí que também entenda o desânimo dos governos e não concorde com a generalização da ideia de hipocrisia. O que leva um jovem a iniciar-se nas drogas duras? Qual o seu perfil psicológico, quais as omissões familiares? Mas, não conhecia ele o percurso dos viciados? O início do consumo poderá resultar de uma imprevidência, uma simples “experiência”, durante a adolescência ou na transição da infância para a adolescência. Mas a dependência e, logo a compulsão pelo consumo da droga, é uma doença,
Apoio, todo o apoio, a quem queira libertar-se (por meio de intervenções integradas medicamentosas e psicoterapêuticas). Mesmo sem haver muitas soluções, tem de se investir, insistir, prosseguir. Com os meios disponíveis, há que alargar a rede de Instituições governamentais e privadas de Solidariedade Social, capazes, de forma séria, minorar as consequências devastadoras da toxicodependência,
O texto e as imagens que o ilustram são arrasadores. Romy não chegou a escrever qualquer livro, mas concretizou um sonho: teve uma filha. Que não pôde desfrutar porque morreu, tempo depois. De overdose. Que descanse em paz.
FM

Farto desta agitação

Hoje voltei ao médico, ele quase nem sequer fala nada comigo , merda de psicólogo, a única coisa que me faz é perguntar como estou, mesmo já sabendo que continua tudo na mesma merda.
Continuo extremamente agitado desde que deixei de tomar o subtex buprenorfina (droga de substituição da heroína).
Ando muito á volta de minha casa, parece coisa de louco, mas não é, esta agitação é fruto da abstinência desse medicamento, que já deixei de tomar há mais de 5 meses e ainda não mudou nada, ainda continuo agitado com pensamentos extremamente delirantes e uma vontade de morrer incrível.
Há muitos problemas em mim que eles não querem saber... O fato de eu ter dinheiro comigo e só ter vontade de o ir gastar, seja em droga ou álcool, mas neste momento a minha preferência é o álcool, por ser muito mais barato e muito mais potente que qualquer outra droga.
Hoje como saí de casa, a minha agitação aumentou, eu sinto-me desconfortável em qualquer lugar fora de casa, principalmente na cidade onde tenho de ver pessoas que não conheço de lado algum no centro de atendimento ao toxicodependente.
Tenho muita vontade de entrar na comunidade terapêutica para não ter de gastar tanto dinheiro cá fora com um psicólogo, a vida está muito dificil para mim.
O meu psiquiatra de certeza que não vai concordar com a ideia de eu entrar em uma comunidade terapêutica e vai estragar tudo, vai dizer que eu não preciso, que eu não tenho sintomas suficientes para entrar lá ( E o pior de tudo é que ele nem sequer conhece os meus sintomas direito).
Mas que se foda, se não entrar na clinica, deixo a medicação e vou beber.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Confusão mental

Estou super nervoso e ansioso...
Hoje tive oportunidade e dinheiro suficiente para ter mais uma recaída, estava pronto para pegar a camionete e ir para a zona urbana comprar umas garrafas de vinho e uns medicamentos para a ansiedade... Enfim todo o dinheiro que eu tinha na mão, eu estava preparado para gastar nessa maldita recaída.
Tenho estado muito compulsivo e em um sofrimento enorme por não conseguir controlar os meus impulsos, tenho uma vontade enorme de sentir, ou melhor, não sentir... Apagar, perder a consciência da realidade mais uma vez, ficar quase que a dormir.
Os ultimos tempos têm sido muito dificeis para mim, larguei a buprenorfina (Medicamento de substituíção de heroína) há 5 meses e ainda se nota na minha forma de agir, os estragos que isso causou, sinto-me extremamente agitado, hiperactivo, ansioso, ainda moram em mim os mesmos pensamentos delirantes que iniciaram depois da deixa abrupta do medicamento (alguns deles, uma vez que alguns pensamentos já estão na minha cabeça desde sempre).
Mas eu não fui, pela primeira vez pensei em muitas consequências que isso me pudesse trazer, por exemplo o medo de ficar viciado e ver os meus sintomas piorarem até não haver mais esperança absolutamente nenhuma de me tratar.
O medo que de que a minha agitação e os meus pensamentos paranóides aumentem ainda mais ao ponto de que nenhum medicamento me faça efeito...
Há sempre um grande medo em mim quando vejo que tive uma sorte em deixar essa dependência cedo e ter os meus pais comigo, embora me julguem de vez em quando, ter casa, coisa que eles foram perdendo com o tempo.
Por agora vou aguentando a minha compulsão com o medo, mas o amanhã é incerto.

domingo, 24 de agosto de 2014

Porque não liberam a marijuana?

Há pessoas que são totalmente contra o uso da marijuana, outras que são a favor e pedem a liberação da droga...
Eu respeito a opinião de qualquer pessoa, uma vez que cada pessoa tem direito á sua opinião sobre esta ''droga'', mas a minha opinião é muito diferente.
Em primeiro lugar há uma coisa que devem saber sobre o poder viciante da marijuana...
Para uma pessoa ficar viciada psicológicamente na marijuana precisa fumar todos os dias durante pelo menos 2 meses, não é como a heroína que em 5 consumos consegue viciar qualquer um que se arme em herói, é muito mas muito diferente.
A marijuana tem um alto poder medicinal (alto mesmo) na destruição de sintomas de doenças como a depressão, e uma vez que vicia muito menos que um alprazolam (que é legal e acessível a qualquer pessoa que possua depressão ou ansiedade) devia ser liberada para uso farmacêutico.
È normal que fica muito mais cara que qualquer outro medicamento, mas qualquer trouxo nota que tem muito menos poder destrutivo que um xanax, um valium que, ambos criam uma boa dependência e essa dependência pode aumentar imenso quando combinados com álcoól.
A marijuana não aumenta nem diminui o poder destrutivo de álcool...
O álcool é legal e tem causado muito mais mortes que a marijuana.
Porque não liberam a marijuana?

Peço desculpa pelo texto que vai ser de difícil interpretação, mas tenho muitas falhas na organização dos pensamentos e eles falham muito...

Fica então o post do dia

sábado, 23 de agosto de 2014

Drogas que causam as crises de abstinência mais graves

A heroína e outros derivados do ópio, como a morfina, costumam provocar os maiores estragos quando um dependente experimenta a chamada síndrome de abstinência - um conjunto de sintomas que aparece quando a pessoa interrompe ou diminui o uso da droga. "Isso acontece porque o organismo já estava acostumado a receber a droga e reage à retirada abrupta", diz o psiquiatra Cláudio Jerônimo da Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No caso da heroína, tudo indica que o mal-estar da abstinência é mais grave por causa da composição da droga, que age como sedativo no organismo. Além disso, a substância vicia muito rápido e age profundamente no sistema nervoso central, causando uma séria depressão após o uso. "Além da heroína, outras cinco drogas têm crises de abstinência com sintomas físicos claros: a nicotina, o álcool, o crack, os tranqüilizantes benzodiazepínicos, como Valium, e os barbitúricos, usados como remédios para dormir", diz o toxicologista Anthony Wong, da Universidade de São Paulo. Substâncias como a cocaína e a maconha também causam crises. A diferença é que seus sintomas não incluem reações físicas diretas, mas problemas como ansiedade, nervosismo e comportamento violento, por exemplo.
Lista sinistraTentativas de largar substâncias podem causar dores, depressão e até alucinações
HEROÍNA
A droga vicia em apenas cinco doses e apresenta as crises de abstinência mais intensas, provavelmente por causa de sua composição e de seu efeito no sistema nervoso central. Junto com o mal-estar e a inquietação, a pessoa que pára de usar heroína tem aumento de pressão, dores musculares, insônia e vômitos
COCAÍNA
A síndrome de abstinência tem três fases: primeiro vem a "fissura", a vontade de usar a droga. Depois, a pessoa passa por um estado de sonolência. Por último, aparecem os sintomas de depressão, como angústia e irritabilidade. A pessoa pode se tornar dependente a partir da quarta dose
CRACK
Também derivada da pasta de coca, a versão fumável e mais barata da cocaína causa sintomas de abstinência bastante parecidos com os da sua versão em pó. A principal diferença entre as duas substâncias é que as pedras de crack viciam ainda mais rápido, arrastando o dependente para o buraco em apenas duas ou três fumadas
ÁLCOOL
A dependência vem depois de um consumo constante por alguns anos, mas a síndrome de abstinência tem efeitos brutais. O dependente tem tremores, aumento da pressão, fica agitado e perde a clareza para avaliar as coisas. Nos casos mais graves, podem aparecer alucinações e delírios
MACONHA
A síndrome de abstinência é um pouco mais leve que a das outras drogas, mas também pode incluir sintomas graves — os principais são ansiedade, perda da capacidade de concentração, insônia e mau humor. Parte dos médicos acredita que a maconha vicia depois de dois meses de uso constante
CIGARRO
Apesar de legalizada, a nicotina — a droga-base do cigarro — tem um alto poder viciante: a dependência pode ter início se o usuário fumar dezenas de cigarros em uma semana. Quando tenta parar, a pessoa sente ansiedade, angústia e inquietação. No trabalho, são comuns as perdas de concentração e de atenção

Entrevista a mim mesmo sobre drogas

  • Com que idade começou a consumir estupefacientes?
- Não me lembro bem, comecei a consumir álcool com 13, haxixe no mesmo ano, até que aos 15 passei a morar num local onde a droga estava em qualquer lugar que eu quisesse.
  • Qual o motivo de ter começado a consumir estupefacientes?
- Como já todos sabem ao ler o meu blog, eu tenho transtorno borderline, mas antes de eu começar a consumir, o meu médico pensava ser tdah uma vez que eu tenho alguns traços de alta agitação social.
Então os medicamentos que o médico me receitava não conseguiam aliviar a minha agitação  (Não tomava os anti-psicóticos que hoje tomo.
Portanto comecei a usar álcool, haxixe e mais tarde aos 15 anos, heroína para aliviar os meus sintomas.
  • Quais foram os tipos de drogas com que começou?
- Como já disse, álcool, depois haxixe, e aos 15 entrei na heroína, mais tarde comecei a misturar ansioliticos.
  • E depois consumi-o sempre esse tipo de droga?
- Heroína eu tinha de tomar todos os dias, mas se tivesse muito dinheiro, não era só heroína que consumia mas também o haxixe e os ansioliticos misturados com a heroína
  • Qual era a sensação que tinha quando consumia drogas?
- Eu não me lembro muito bem de tudo, sei que quando consumia heroína relaxava muito e sentia-me feliz, mas quando o vicio aumentou, passei a misturar com diazepam valium e alprazolam xanax (mais o valium do que o xanax) E assim que comecei a fazer essas misturas, já não sentia relaxamento nenhum, mas sim uma perda de consciência da realidade.
  • Quais foram os sintomas que tive quando deixou de consumir?
- A minha espinal medula começou a dar sinais (Dores extremamente graves) os sintomas da minha doença aumentaram em bruto, e perdi o resto da minha tolerância a frustrações e monotonia.
  • Qual foi a reacção dos seus familiares quando souberam que consumia drogas?
- O meu pai começou a desconfiar muito mais por causa do preconceito que ele tinha com os drogados, mas passou a aceitar isso com o tempo... Filho é filho não é? A minha mãe tem um problema, e muitas vezes quando se chateia atira-me o meu passado á cara, mas é o problema dela, sempre a procurar um estressor para deitar as pessoas abaixo sempre que lhe dão os ataques de raiva.
  • Sentiu alguma rejeição da parte da população de onde vive?
- Até agora eles sempre me incentivaram a lutar cada vez mais contra esse vicio, por incrível que pareça.

  • Quando ainda consumia, alguma vez sentiu necessidade de parar?
- Quando ainda consumia não, queria sempre mais e mais.
  • Como conseguiu deixar de consumir?
- Ainda não consegui na totalidade, mas desde que a policia me pressionou a tratar-me, deixei de consumir por rotina, deixei de ser dependente e a sindrome de abstinência fisica desapareceu.
  • E depois de conseguir deixar de consumir as drogas, começou a ter outro vício?
- Sou um fumador compulsivo, agora muito mais compulsivo que antes, uma vez que mesmo antes de me viciar em drogas eu já era muito compulsivo. Ainda sinto aqueles impulsos enormes por álcool, mas heroína nunca mais.

Sindrome de abstinência alcoólica

Síndrome de Dependência de Álcool

A Síndrome de Dependência de Álcool (SDA), é um quadro clínico que é caracterizado por sinais e sintomas cognitivos, psicológicos, físicos e comportamentais que altera a rotina de vida do dependente e de sua família.
Para Campana et al. (1997) a SDA pode ser avaliada em alguns sinais e sintomas:
a) Tendência dos dependentes a gradativamente estereotiparem seu padrão de ingestão, em termos de quantidade e freqüência, em termos de preferência por determinadas bebidas, em ocasiões e em companhias;
b) A relevância da bebida, o dependente organiza suas atividades e seus compromissos em função da existência de programações que estejam incluídas a bebida;
c) Os sintomas de abstinência surgem caracterizando a síndrome de abstinência. Os sintomas podem ser: tremores, sudorese, perturbação do humor, e náuseas;
d) A alívio dos sintomas de abstinência com a ingestão maior de bebida;
e) A percepção da compulsão a beber, é caracterizada pela perda do controle da vontade, onde o dependente desiste deste controle;
f) Para dependentes que ficam anos sem beber, a tolerância é reinstalada com rapidez.
O alcoolismo é caracterizado pela perda do controle entre beber e não beber, quando e onde o fazer.
A dependência física causada no indivíduo que é alcoolista é resultante do processo de adaptação do organismo e independe da vontade deste (Sanchez et al., 1982).
O organismo do dependente se defende da ingestão freqüente de álcool desenvolvendo o mecanismo de tolerância, significando que com o uso regular desta droga o organismo sente cada vez menos o seu efeito, sendo necessário uma ingestão ainda maior, ou seja, há a perda ou a diminuição da sensibilidade aos efeitos iniciais do álcool. Acrescentando que este mesmo organismo desenvolve uma tolerância para qualquer outro tipo de droga, quer seja similar, ou não, caracterizando assim a tolerância cruzada (Sanchez et al., 1982).
Podemos entender como tolerância cruzada a relação existente entre as diferentes drogas, tornando o organismo do dependente mais resistente aos efeitos causados por elas (www.alcoolismo.com.br).
A Classificação Internacional de Doenças (CID 10), define a SDA como: “… Um conjunto de fenômenos fisiológicos ou comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância (álcool, neste caso), ou de uma classe de substâncias, alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo que outros comportamentos que antes tinham maior valor. Uma característica descritiva central dessa a síndrome é o desejo (freqüentemente forte e algumas vezes irresistível) de consumir drogas psicoativas (as quais podem ou não ter sido medicamente prescritas), álcool ou tabaco. Pode haver evidência de que o retorno ao uso da substância após um período de abstinência leva a um reaparecimento mais rápido de outros aspectos da síndrome em indivíduos não dependentes”.
Já a síndrome de abstinência se caracteriza pela privação de drogas no organismo. No que diz respeito ao alcoolista, ao estar privado da substância apresenta sensações físicas tais como: ansiedade, tremores nas mãos e língua, alterações cardiovasculares e nos casos mais avançados da dependência pode ocorrer um estado confusional denominado Delirium Tremens, surgindo alucinações visuais, auditivas ou táteis, febres e colapso cardio – circulatório, podendo vir a ocorrer o óbito (Sanchez et al., 1982).
Segundo os mesmos autores, o álcool é um depressor do sistema nervoso central (SNC), deprimindo primeiramente o córtex cerebral provocando sensações de relaxamento e diminuição da censura. Alguns indivíduos relatam sensação de bem estar e euforia, porém em seguida, sentimentos de angústia e hostilidade podem vir a surgir. Em seguida, é apresentada uma embriaguez e fala lenta e confusa com sonolência, com a ingestão ainda maior de doses levam à depressão dos centros respiratórios , estupor , coma até chegar à morte.
O álcool é uma droga que admite seu uso sem dependência, desde que se atentem para a frequência e circunstâncias de sua ingestão. O vício em álcool não se faz da noite para o dia, leva em geral, anos para que ocorra a dependência, e é caracterizado pela prioridade e pelo espaço cada vez maior na vida do indivíduo (Campana et al., 1997).
Segundo os mesmos autores, algumas teorias biológicas sugerem que alguns indivíduos têm uma maior propensão ao desenvolvimento desta dependência, devido a características biológicas inatas, defendendo que estes indivíduos não conseguem se limitar a uma ou duas doses, perdendo assim o controle da situação .
Calcula-se que aproximadamente 10% das mulheres e 20% dos homens utilizam o álcool de maneira abusiva; 5% das mulheres e 10% dos homens apresentam dependência alcoólica (Louzã , 2004).
No que tange à vulnerabilidade ao álcool, as mulheres se apresentam mais vulneráveis, sendo que a mesma quantidade de álcool consumida por um homem é menos prejudicial para este quando comparado ao organismo de uma mulher. Nota-se que o índice é maior entre as mulheres separadas e entre a faixa etária de 26 à 34 anos de idade ( www.psicosite.com.br).
Segundo Ballone (2002), as causas que levam um indivíduo à dependência alcoólica advêm de vários fatores como o biológico, social e psicológico.
No que se refere ao fator psicológico, é fato que em nosso dia a dia vivemos conflitos intrapsíquicos e interpessoais, tensões cotidianas que por vezes resultam num aparecimento de sintomas ansiógenos, sintomas estes que podem ser aliviados com o uso de álcool, por exemplo. No entanto, é importante ressaltar que esse alívio é ilusório, pois o fator causal da ansiedade não desapareceu com a ingestão do álcool.
May (1980), ressalta que a ansiedade propriamente dita, é o sentimento de apreensão a uma ameaça a algo de valor que o indivíduo considera essencial para sua existência. Esta ameaça pode ser a existência física, psicológica ou de valores atribuídos a determinadas situações ou objetos .
Para se compreender o fenômeno da ansiedade, se faz necessário também conhecer aspectos dapersonalidade humana. A personalidade é definida segundo Cox (1988), como a soma de todas as características psicológicas e o resultado da interação do indivíduo com o meio em que vive.
Cox (1988), realizou ainda estudos para o conhecimento e entendimento da personalidade de um dependente de álcool, no qual percebeu uma semelhança em suas características, pois são indivíduos que apresentaram impulsividade, independência e inconformismos. Apresentam também facilidade de relacionamento, porém com dificuldades de mantê-los, conduzem suas vidas de maneira diferente das demais pessoas e não se importam com valores sociais.
Para o mesmo autor, nota-se nos indivíduos dependentes de drogas psicotrópicas, sentimentos como melancolia, ansiedade e depressão, resultando num afeto negativo e num autoconceito de desvalia. Mesmo para aqueles indivíduos submetidos a tratamento, o sentimento de menos valia está presente. Este fator implica que há evidências que mesmo a ingestão de álcool dita como “social”, pode desencadear ânimos depressivos e ansiosos.

Sindrome de abstinência

Síndrome de Abstinência

Segundo alguns dicionários, abstinência significa ação de abster, de se privar de alguma coisa. Esse ato de abster pode ser se privar de algum consumo, seja ele de comida, cigarro, drogas e outros.
O presente artigo trata da Síndrome de Abstinência de drogas. Àqueles que estão em tratamento de dependência química renunciam ao uso da substância viciante, no caso a droga. O ato de renuncia a droga pode causar sérias perturbações ao organismo dependente, desde alterações comportamentais até sensações físicas, a isso dar-se o nome de Síndrome da Abstinência.
Alguns sintomas são:
  • Sofrimento mental;
  • Sofrimento físico e
  • Mal-estar.
Os sintomas citados acima podem ocorrer em diversos graus de acordo com o vício adquirido, ou seja, de acordo com a droga causadora da dependência, que pode ser:
Os sintomas podem ser cada vez mais intensos, na medida em que o tempo de abstinência fica mais longo. O usuário pode ter convulsões, hiperatividade, tremores, insônia, alucinações visuais, táteis e auditivas, descontrole psicomotor e ansiedade.
A Síndrome pode se dividir em: SAA – Síndrome de Abstinência Aguda e a SAD – Síndrome de Abstinência Demorada. A primeira pode ocorrer na ausência do composto viciante entre 3 a 10 dias do último uso, já a segunda se difere nos sintomas, que podem ser visualizados entre a sobriedade do indivíduo ocorrendo no intervalo de meses ou até anos após o uso.
Alguns sintomas provenientes da SAD são: mente confusa, problemas de coordenação motora, problema de memória, reação emocional exagerada ou apatia e distúrbio do sono ou alteração. A SAD, portanto, é a mais severa e preocupante, pois dela pode resultar danos cerebrais importantes e até mesmo recaídas.

Borderline e toxicodependente part6

Até conhecer uma nova rapariga, que passaria mais tarde a fazer-me sofrer como todas as outras.
Voltei-me a apaixonar, ela tinha 3 anos a menos que eu mas, era linda, muito linda.
Comecei a aproximar-me dela, começamos a conversar como se fossemos grandes amigos, eu passava a vida a dizer que a amava e ela ficava feliz com isso, mas não falava aquilo que sentia.
Por causa de ela não falar aquilo que sentia mesmo depois de eu ter lhe perguntado várias vezes é que eu tive mais uma recaída, desta vez com o objectivo apenas de chamar a atenção dela, deixá-la insegura, algo do tipo.
Ela falava para as amigas que nunca ia gostar de mim, mas o que mais me irritava é que ela continuava a conversar comigo da mesma forma, a mostrar-se contente por eu gostar dela e etc...
Foi aí então que eu levei uma caixa de trazodona para a escola. (Fui extremamente péssimo a escolher e vou vos dizer porque)
Que burro fui eu, trazodona não é propriamente um sedativo, mas sim um anti-depressivo um medicamento que aumenta o humor, logo, por causa de o ter tomado ( tomei uns 30), comecei a sentir os efeitos colaterais não sedativos e não amnésicos, portanto os únicos efeitos colaterais que eu senti foram os enjôos e tonturas.
Logo arrependi-me de ter usado esse medicamento como sedativo sem sequer ter verificado que ele não estava indicado para sedar uma pessoa.
Quando cheguei a casa, liguei o telemóvel, e lá estavam mensagens dela a pedir-me desculpa e a dier que estava extremamente preocupada comigo.
È parece que o sacrifício pelo menos resultou, mas foi uma experiência que eu não volto a repetir pro resto da minha vida, por ninguém.

O que me define?

Esta é a pior pergunta que me podem fazer, junto com perguntas do tipo, o que mais gostas de fazer?, que tipo de pessoa escolhias como companheira?
Eu gosto de fazer tudo e ao mesmo tempo não gosto de fazer nada.
Agora vai picar:
Eu escolhia para companheira qualquer uma que se mostrasse interessada sem ter consciência do perigo.
È, eu não tenho consciência do perigo que corro ao namorar com uma pessoa que diz que gosta de mim, quando na verdade não gosta, apenas finge gostar.
Eu posso namorar com histéricas, psicopatas, posso namorar com as piores mulheres do mundo.
Sou péssimo a fazer escolhas.

Mas que pergunta é essa de: O que me define?
Se tenho princípios?
Um motivo de vida?

Motivo de vida ainda não encontrei nenhum.
Princípios também acho que é um pouco difícil, uma vez que mudo de humor como quem muda de camisa .

Acho que o melhor que me define é a crença de que nada na vida faz sentido, nada...
O que me define é eu ser um pouco nihil niilista , desprezar culturas, morais e etc...
Talvez eu possua um ou dois traços anarquistas em mim, mas não sou um anarquista na totalidade, apenas desprezo certas regras, ou melhor, todas as regras sociais.
Acredito que se eu precisar quebrar alguma regra para ter aquilo que quero, eu quebrarei.

Sei lá, acho que por agora é só isso que me define.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Instabilidade afetiva

A minha instabilidade afectiva costuma fazer com que um relacionamento meu, mesmo com a rapariga mais carente do mundo, não dure muito mais de 1 mês, o meu maior relacionamento foi de 3 meses ( e olhe que eu passei por muitos relacionamentos).
No meu primeiro relacionamento a instabilidade afectiva era pouca, eu simplesmente queria saír de ao pé dela para ir me drogar ou fumar um cigarro (coisa que ela odiav) não exigia coisas dela, muito pelo contrário, eu confiava muito nela, embora tivesse algum medo que ela me abandonasse.
Uma vez que eu não atendi as expectativas dela (Não gosto viver das expectativas das pessoas) ela terminou comigo.
Passaram-se relacionamentos e relacionamentos depois desse, embora não fossem muito sérios, e aos 18 anos um novo relacionamento sério. 
Nessa fase eu já estava meio paranóide e muito impulsivo, bastava ela me rejeitar uma chamada ou demorar mais que o habitual para me responder ás mensagens que eu ficava a pensar que ela me ia abandonar, começava a sentir-me desvalorizado.
Comecei a exigir uma atenção totalmente especial, acima de tudo e de todos, principalmente da familia dela, exigia estar mais tempo com ela, exigia tudo e mais alguma coisa.
Ela começou a ficar insegura como eu (acho que ela possuía o mesmo transtorno que eu, só que ela ainda era criança)
Eu acalmei-me, e passado um tempo, só porque ela ficou cansada depois de uma relação sexual, eu passei-me da cabeça.
Comecei a pensar que ela me estava a traír, uma vez que ela passava muito tempo com o telemóvel nas mãos, até que ela se fartou de tanta insegurança e acabou de vez comigo.
Durante 3 dias eu estive em depressão extrema sem ânimo absolutamente nenhum, só fumava, nem sequer me alimentava direito, até me aumentarem a medicação.
Continuei a sentir falta dela, mas com o tempo consegui-me esquecer, e depois tive mais relacionamentos até agora aos 19 quase 20, que não foram muito sérios, comecei a notar a minha instabilidade e o quanto ela me faz sofrer nos relacionamentos e simplesmente deixei de me comprometer ás fantasias de amor eterno juntamente com outra pessoa. 

Borderline e toxicodependente part 5

Eu já tinha referido isto em um outro post ''recaídas e consequências'' da etiqueta memórias, mas como faz parte da continuação da minha história, vou referir aqui.
Depois da buprenorfina comecei a dar conta que ela potencializava os efeitos do valium ainda melhor que o álcool ou seja, a minha mãe comprava pela conta dela a minha buprenorfina e eu já não precisava de comprar o álcool, apenas comprava o valium por 2 euros sem receita (Quase sempre conseguia enganar o farmacêutico dizendo que tinha um transtorno de ansiedade generaliza).
A pior recaída que eu tive foi em Setembro de 2012, foi uma recaída meio que suicida ( eu tinha alguma intenção de suicídio, mas ainda estava confuso entre o suicídio e os efeitos de amnésia) eu simplesmente queria esquecer a vida, queria esquecer o que aconteceu no dia anterior em que a minha ex-namorada recusou voltar para mim.
Nesse dia eu fui directo para o hospital de emergência (como relatei com melhores palavras no outro post) no dia seguinte acordei no hospital, perguntei pela minha mãe, ela veio ao meu quarto e me contou tudo o que se passou.
Cheguei a sentir-me omnipotente por não ter morrido mesmo depois de ter estado quase mas quase a morrer.
O meu humor mudou novamente, do estado de extrema agonia, aumentou o meu ânimo, ânimo que durou pouco tempo, a minha compulsão aumentou, consegui tolerar a monotonia de ''escola, casa, estudar'' durante 3 meses, mas voltei me a perder novamente.
Os meus professores ficaram tristes por eu não ter continuado com a escola, eu tinha muito boas notas, esforcei-me aqueles 3 meses inteiros para as conseguir mas perdi a confiança com o passar do tempo e voltei  ficar esgotado.
Houve alguns consumos de álcool passado esse tempo, mas o valium ficou suspenso durante algum tempo pois estava a tomar um medicamento que aliviava as minhas compulsões.


Como é a vida de um toxicodependente?

Como eu disse em um post anteriormente, nós mentimos, roubamos, exploramos, e traficamos.
Mas tirando o quanto um toxicodependente pode apresentar uma conduta anti-social totalmente destrutiva para com as pessoas que fazem parte dela, vamos analisar o que se passa por de traz disso tudo.

Imagine você sem dinheiro, pensamentos suicidas em volta da sua cabeça, diarreias constantes, vómitos constantes, uma forte agonia muito, mas muito pior que depressão.
Você já sentiu depressão, mas depressão asério?
Ou ansiedade?
Então imagine algo 20 vezes mais forte, uma pessoa que está no limite total entre a sanidade e a loucura, que depende daquela substância para voltar ao estado quase normal.
Se estabilidade emocional dependesse de 50 euros todos os dias o que você faria?
Você trabalharia para comprar essa droga?
Impossivel, além de não conseguir dinheiro suficiente para comprar a sua dose diária, sua compulsão faria com que você gastasse o seu primeiro salário todo em um dia nessa porcaria.~
E como faria para os dias seguintes?
Melhor, como é que você iria trabalhar com uma forte instabilidade emocional?

ATENÇÃO: Este post não tem por objectivo um activismo que faça com que os toxicodependentes fujam ás suas responsabilidades e não paguem por seus crimes.
Nós temos culpa de termos escolhido a companhia da maior psicopata da história (A droga), mas o resto da culpa é toda dela, é ela que nos leva a roubar para conseguirmos a sua companhia por mais umas horas, é ela que nos faz fazer todo o tipo de coisas por ela.

Eu só quero que as pessoas recolham o seu preconceito e vejam como é a vida de um aprisionado pela droga, a sua instabilidade emocional, as suas ressacas, a sua baixa tolerância a ficar mais de 4 horas sem consumir, e tudo isso.
Percebam, nós não queremos esta vida, mas quando nos arrependemos já estamos aprisionados a ela, a nossa auto-estima diminui e vivemos de pensamentos negativos de que nunca vamos conseguir desapegarmos-nos dela...




Maldito bullying.

Um assunto que eu fui adiando durante muito tempo aqui no meu blog, é o bullying.
Sim eu também já fui vitima dessa maldita estupidez, tenho de admitir que durante muito tempo eu fui um puto medroso que sentia medo por tudo e por nada, de tudo e de todos, até dos mais fracos que eu.
O meu medo atraía os meus colegas como se fossem cães, eles gozavam da minha cara, muitas vezes batiam-me, humilhavam-me em frente á multidão e etc...
Com o passar dos anos, o medo permaneceu forte, mas houve uma coisa que aumentou fortemente...
Os meus impulsos aumentaram muito, os meus ataques explosivos de fúria, embora o medo tivesse permanecido, eu comecei a dar os meus primeiros socos naqueles que me perturbavam, os impulsos determinavam essa minha atitude violenta gratuita, mas acho que não era só isso.
Sinceramente não sei ao certo o que determinava, talvez um novo tipo de medo que surgiu com o passar dos anos:
O medo de ser humilhado em publico penso eu.
Mas ainda não sei o que faz com que eu tenha essa atitude de resposta que nunca tive antes por causa do meu medo.
È uma atitude violenta daquelas que se podem chamar mesmo de ''gratuitas'' acessiveis a todos que é impulsionada não sei pelo quê, mas que só funciona em resposta.
Talvez lhe devo chamar de descarga de adrenalina... Basta um pequeno toque, se a minha cabeça pensar que essa pessoa de seguida me vai agredir como aparenta querer fazê-lo, eu caio em cima dela, já não me importa se dou mais ou levo mais, simplesmente dou também não fico apenas a levar.
Hoje essa atitude violenta não se manifesta apenas em casos limite mas também em casos como os de discussões sobre quem tem razão ou não, que normalmente acabam em frustração.

Mas voltando ao que estava a falar:

Eu sofri muito desde a minha infância até ao fim da minha adolescência, parece que o meu geito de ser fazia com que certas pessoas se aproveitassem para me fazer a vida no inferno, todos os dias eu tinha medo de ir para a escola pois eles iriam bater em mim, fazer troça ou humilharem-me.
Só eu sei o que sofri com essa maldita prática pecaminosa.
Eu simplesmente vivia com medo que eles entrassem no meu quarto da residência a qualquer altura para me humilhar, eles faziam isso religiosamente.
Tive de ir embora daquela escola para não sofrer mais.

Voltei á escola de vila pouca, onde comecei a lidar fácil com a situação de outras pessoas que simplesmente queriam substituir aqueles filhos da puta, mas não deu certo para elas, eu já estava totalmente furioso com as minhas compulsões por droga que eu simplesmente agredia aquela cambada de merdosos, passei a sentir uma sensação de omnipotência sempre que agredia alguém, isso melhorava o meu humor durante alguns dias.
Eu tive de bater em muitos e cheguei mesmo a apontar uma faca a um deles para acabar com essa perseguição deles...

Hoje estou livre, e como passei a andar armado, sinto-me muito mais seguro.

Necessidade de droga

Hoje acordei mal disposto, e ainda por cima, tive de ir trabalhar logo cedo.
Isso estragou o meu ânimo, queria ficar em casa a dormir até ás mesmas horas de sempre sem ter de me levantar cheio de sono e trabalhar dessa forma.
Por consequência estou extremamente impulsivo, quero fumar a qualquer momento e...
Estou a sentir um aumento da minha compulsão por droga.
Estou numa fase de falta de estrutura mental, não sei o que vos hei-de dizer, estou preocupado em falar para o psiquiatra novos sintomas, problemas de conduta anti-social e etc que eu costumo sentir.
Eu já fui diagnosticado com transtorno de personalidade borderline, agora falta saber se eu faço parte do borderline psicóide ou do borderline tipico.
Os pensamentos andam a mil á hora, não sei o que pensar não sei o que fazer, não sei o que escrever, o meu pensamento está desorganizado e por causa disso sinto a necessidade de consumir alguma substância, seja licita ou ilicita que pare com esta merda imediatamente.

Quando é que eu vou melhorar? Será que demoram a encontrar uma solução para este problema que cada vez mais me parece extremamente grave?

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

adolescência eterna

Outro grande problema meu é o fato de não querer desapegar-me do refúgio da adolescência, ainda quero praticar actividades perigosas todos os dias, viver de forma perigosa, não assumir as responsabilidades.
Quanto mais cresço mais me preocupo com o meu futuro, se vou encontrar trabalho para sobreviver, se vou conseguir aguentar esta instabilidade emocional e ter sucesso no trabalho, parece que a minha cabeça de adolescente está a querer abandonar-me.
Eu realmente não sei como vai ser o meu futuro e quando penso nisso, geralmente penso de forma muito, mas muito negativa.
Penso em mim, sem-abrigo, completamente alcoólico a roubar pessoas para sobreviver e sustentar o meu vicio, os meus pais cheios de desgosto de frustração por minha culpa etc...
Eu não queria nada abandonar a adolescência, simplesmente porque ainda não tenho maturidade suficiente para assumir certas responsabilidades, dizer não a certos riscos, o meu cérebro não tem regulado muito bem e muito tarde vai regular.
Eu só queria viver assim, ser criança, ter sempre os meus pais a cuidar de mim e a comprar-me brinquedos, sem que tivesse de lutar com muito esforço para conseguir uma merda de nada.
As minhas emoções instáveis não me deixam ter prazer em trabalhar, a minha sociedade não me deixa trabalhar no que me dá mais prazer, e mesmo que me deixasse, eu perco rapidamente o interesse em coisas que ontem me davam prazer demais.
Não me contento em fazer coisas pequenas, eu quero fazer coisas grandes e em pouco tempo e por culpa disso fico extremamente frustrado pois não consigo fazer.
Não sei como vai ser entrar na fase adulta, eu ainda estou naquela fase de me preocupar com o meu futuro, como será, o que hei-de eu fazer, onde encontrarei trabalho, se encontrar trabalho, preocupo-me muito com a crise do meu país e como sobreviver em uma crise deste tamanho.
Às vezes penso que o meu pai vai perder o trabalho dele e nós vamos acabar na mais miserável das vidas.
Eu gostava muito de abandonar estes pensamentos negativos e aproveitar a minha vida para que na minha velhice só existam memórias boas para relembrar.

Ser toxicodependente

Ser toxicodependente é como ser louco de amores por uma psicopata.
Ela te diz o que quer que tu faças por ela e tu fazes.
Ela explora-te e retira-te tudo aquilo que tu tiveres em troca da companhia dela.
Por ela tu fazes tudo, tu roubas e alguns até matam.
E quando tu sofres?
Quando tu sofres, ela não quer saber de ti, a não ser que tenhas algo para oferecer em troca do seu conforto.

Mesmo quando vocês acabam o relacionamento, tu continuas a pensar nela, continuas a querer o seu conforto e é nessas alturas que ela aparece mais carinhosa para satisfazer o teu prazer, mas atenção ela apenas será carinhosa até que tu voltes a ficar louco por ela, depois disso tudo vai voltar ao mesmo, tu vais continuar a roubar por ela, a matar por ela, tu vais ser explorado por ela constantemente, e tudo o que ganhas-te depois de a abandonares, ela vai te retirar.

O pior de tudo é que tu sabes o perigo que corres com ela, e é por isso que és obsecado , por saberes o perigo e continuares do lado dela, seres lhe submisso e aceitares todos os impostos que tens de pagar para receber o seu conforto.

E por vezes só deixas de ser obsecado por ela depois de ela ter deixado um rasto de destruição significativo na tua vida, depois de perderes todas as tuas esperanças, todos os teus amigos, todos os teus amores, toda a tua confiança e vontade de viver.

Nunca te esqueças de avaliar os riscos e saber se realmente namoras com uma psicopata.

Minha autoria...

O pesadelo do cigarro

Já estou farto de sentir aquela vontade de fumar compulsiva a todo o momento, se eu tivesse um maço de tabaco comigo, eu  o fumaria em poucas horas.
Não consigo controlar os meus impulsos com nada e isso leva-me a sentir compulsões a toda a hora.
Fumo compulsivo, como compulsivo, gasto dinheiro compulsivo em coisas que deixam de me interessar em pouco tempo.
Ainda ontem estava aqui no quarto a pensar nas novas peças de roupa que preciso comprar, preocupado com o fato de precisar ter uma roupa diferente para cada dia, roupa a condizer e etc...
Mas o meu problema principal é o abuso de nicotina.
Se preciso esperar por algo... Cigarro.
Se preciso começar algo de novo... Cigarro.
Se alguém me enerva... Cigarro.

E não sei até quando eu vou precisar de usar o cigarro na minha vida como se fosse um medicamento e não propriamente um vicio.

Vou ter de esperar ainda pelo menos meio ano para entrar na terapia cognitivo comportamental, mas eu só queria que me ensinassem a crescer sozinho.
Como faço?

Recaídas e consequências part2

Uma das piores recaídas de sempre que eu tive foi em Setembro de 2012, ia fazer 18 anos.
Vou começar a falar sobre, como correu o dia anterior e o que me motivou a essa recaída de tentativa de suicídio.
No dia anterior eu estava a falar com a minha ex-namorada, a dizer-lhe o quanto eu sentia a falta dela, o quanto eu queria que ela voltasse para mim, mas ela simplesmente me dizia para eu parar de ser obsecado por ela.
Eu simplesmente nunca entendi o quão obsecado eu conseguia ser quando o assunto se tratava de mulheres que eu dizia amar, e ainda hoje isso se mantém.
Eu não parava de dizer:
Isto não é obsessão , isto é amor.
Mas ela simplesmente ignorava e dizia que já não sentia nada por mim, que gostava de um outro rapaz e que queria ficar com ele... E eu simplesmente ameacei que me suicidava... Ela ignorou.
Então o que eu fiz no dia seguinte ficará na minha memória para toda a vida tanto como ficarão os olhos azuis dessa menina:
-Faltei ás aulas.
-Desloquei-me a uma farmácia com um plano em mente.
-Pedi uma caixa de valium e disse que o meu médico de familia não estava presente e que eu possuía transtorno de ansiedade generalizada (Mentira).
-Levei os comprimidos, e como nessa altura eu já tomava o método de substituição de heroína (Subtex) tomei uns 10.

Consequências: Fui directo ao hospital, de ambulância de emergência, tive de levar uma desintoxicação, mas só me lembro mesmo de me colocarem o tubo e acordar no dia seguinte.
Fiquei inconsciente durante 1 dia inteiro e no dia seguinte acordei no hospital, perguntei á minha mãe o que se tinha passado, o que me tinha acontecido, já que não me lembrava de absolutamente nada.
A minha mãe contou-me que eu passei a manhã do dia anterior a fazer figura de palhaço, que fiquei cheio de fome e o director da escola pediu á funcionária para me dar de comer mas... Estava tão mal que não consegui comer absolutamente nada.
Os meus colegas filmaram a figura triste que eu estava a fazer, distribuíram pela escola inteira, e no dia seguinte toda a escola sabia aquilo que eu tinha feito.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A TRISTEZA PERMITIDA

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? 

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra. 

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. 

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. 

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. 

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. 

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.